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501 Anos da Reforma Protestante

Hoje celebramos os 501 anos da REFORMA PROTESTANTE, evento que foi marcado pelo protesto de Martinho Lutero contra os desmandos da Igreja Romana. Naquela época, Martinho Lutero reivindicava a autoridade suprema das Escrituras, bem como a salvação única e exclusiva pela fé.

Lutero não podia avaliar a enorme transformação que o seu ato provocaria. Duvido que ele soubesse que o seu movimento culminaria com o nascimento do Protestantismo, e até mesmo com a transformação do Mapa Geopolítico da Europa e do mundo.

Conduzidas pelo Espírito Santo, as reflexões levantadas por ele, como também, a popularização da leitura das Escrituras, agora já impressa e acessível a todos, calou fundo nos corações do povo alemão, e assim, o movimento se expandiu por toda a Europa.

Lutero havia descoberto as verdades inefáveis da graça quando leu o livro de Romanos. Agora, mais do que nunca, queria levar essa verdade a todos os oprimidos, que por não terem consciência da salvação por meio da fé, viviam debaixo do medo e da culpa.

Hoje, ao invés de me aprofundar nos inúmeros benefícios da Reforma Protestante, prefiro afirmar que necessitamos de uma nova Reforma Protestante. Digo Protestante porque temos estado muito calados diante das afrontas a Deus e sua Palavra. Digo Protestante, porque nosso testemunho tem sido pálido, e ao invés da Igreja influenciar a sociedade, tem sido influenciada e mutilada por ela.

Nosso povo está surdo aos brados proféticos daqueles que compreendem o perigo da apostasia. Nossos jovens, inocentemente, valorizam muito mais o “politicamente correto” do que a Palavra de Deus. Digo inocentemente, porque foram conquistados “debaixo da nossa barba”.

No tempo da internet, os agentes culturais influenciam mais com suas falácias do que pastores e pais. Por outro lado, líderes espirituais, envaidecidos com a afluência das massas, como também, dos benefícios que elas trazem, preferem pregar mensagens que adulam, que agradam, que apaixonam o povo, mas que não os transforma em pessoas parecidas com Cristo.

A verdade é que a Igreja cristã há muito vem se afastando dos fundamentos que Lutero estabeleceu: A Bíblia como Verdade Absoluta, e a fé como instrumento único para a Salvação. A razão disso é que vivemos a chamada era Pós-moderna, onde não há mais verdades absolutas. A influência dessa tendência Niilista, onde o “nada” é a verdade ontológica dos nossos dias, disseminada pelo pensamento hegemônico do Marxismo cultural, criou a chamada Sociedade Pós-cristã, que procura entender para onde vai, já que rejeitou o caminho da verdade, e escolheu a insanidade da pós-verdade.

Agora, o adversário a ser combatido não é uma entidade religiosa; é um monstro invisível que estendeu os seus tentáculos em todas as esferas culturais do nosso tempo. Escolas, televisão, cinema, conversas de botequim, partidos políticos, igrejas e os infinitos elementos que compõem a superestrutura ou a cultura das nações, já foram completamente dominados pelo espírito do Anticristo. E digo Anticristo – tanto no sentido semântico da palavra (o que se opõe a Cristo) quanto no sentido espiritual (a entidade espiritual maligna que influencia a mentalidade deste século).

Mais uma vez, a Reforma precisa ser feita a partir da própria Igreja Cristã (Católicos e Protestantes). Mais uma vez, os Luteros desse tempo precisam clamar em alta voz, e chamar a todos para um retorno à Palavra de Deus.

A Igreja Cristã está repleta de pessoas que com a boca confessam crer na Bíblia, mas, na prática, vivem debaixo da égide das filosofias humanas que negam a inerrância da Bíblia, e se recusam a viver por sua verdade.

Essa geração de jovens cristãos ainda ama a Deus com sinceridade, mas não enxerga o perigoso caminho de flertar com os inimigos de Deus.

Mais uma vez, precisamos da ajuda do Espírito Santo, pois, por mais que procuremos influenciar os nossos ouvintes, a luta é desigual; é a luta de Davi contra Golias.

O que me conforta é saber que tudo isso estava predito por Jesus, quando disse que nos últimos dias o amor de muitos se esfriaria. Disse, também, que se aqueles dias não fossem abreviados, nem mesmo os escolhidos se salvariam. Contudo, ainda que vivamos tempos difíceis, ele afirmou que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja.

Entendo que vivemos numa sociedade pós-moderna, mas, ainda que tentem fazer de tudo para destruir a verdade, ela prevalecerá. A pós-verdade passará. A sociedade pós-cristã passará, e as palavras de Cristo prevalecerão.

Carta aberta aos brasileiros

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