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Carta aberta aos brasileiros

Numa época em que a filosofia predominante afirma que a verdade é relativa, ou estritamente pessoal, a única certeza que fica é a incerteza. Perdoem-me desafiar os deuses dos nossos dias: Darwin, Marx, Freud, Nietzsche, Gramsci, mas a verdade é que há vida inteligente fora dos seus domínios. Defender a ruptura com todos os fundamentos judaico-cristãos sobre os quais a nossa civilização foi erigida é irracional, e no mínimo, temerário.

Nos dias de hoje, não há nada mais inquietante do que alguém que lute para pôr as coisas em ordem; principalmente quando essa pessoa consiga sustentar de forma persuasiva que existe uma verdade absoluta, da mais alta importância, acessível e universal.

Não pretendo apresentar aqui um discurso apaixonado, mas quero lhes levar à seguinte reflexão: não estaria o Jair Bolsonaro sendo grandemente combatido, não somente por aquilo que atacou no passado, mas principalmente pelas coisas que defende hoje – os bebês, a civilização ocidental, a propriedade privada, o direito à vida, o casamento e a família? Para um observador isento ao viés ideológico, não fica difícil perceber que ele está muito mais sereno, com uma atitude mais parecida com a de um estadista do que com a de um guerreiro.
Entretanto, a “mainstream media” ou o pensamento hegemônico defendido pelo marxismo cultural não se importa em colocar suas afirmações no contexto em que foram ditas. Ao contrário, preferem acusá-lo de ser de extrema direita, fascista, homofóbico, misógino, ultraconservador de direita, grande perigo para a sociedade brasileira.

Mentem descaradamente quando afirmam que seu objetivo é trazer de volta a ditadura militar (nem mesmo eles acreditam nessa lorota). Pensem comigo, quem é que defende regimes totalitários como Cuba, Venezuela e outros ao nosso redor? É o Bolsonaro? Claro que não! Não é dele que devemos esperar uma agenda oculta e programática que resultaria num regime de exceção.
Por isso, aqui vai uma pergunta para a sociedade brasileira – seja de direita ou esquerda, liberais no costume ou conservadores: será que vocês não percebem o perigo que corremos ao enxergarmos a realidade por filtros limitados?

O fato de que alguém seja contra a ideologia de gênero não faz dele um homofóbico. Alguém que, por defender a vida, luta contra o aborto, não é necessariamente um misógino.
Pertencer a uma igreja e crer na Bíblia como verdade não nos torna palhaços dentro de circos chamados igrejas.
Acreditar na liberdade como direito inalienável, defender a propriedade privada, o livre comércio, e enxergar a maior eficiência do capitalismo em produzir riqueza não faz de ninguém fascista.

Contudo, é necessário ressaltar que o liberalismo econômico carece de uma releitura, onde a distribuição melhor de renda, onde a justiça social e a preocupação em dar a todos as mesmas condições para viver dignamente seja prioritária em seus governos.
Sem querer ofender os liberais puristas, a verdade é que, ainda que para esses, a consequência de uma sociedade mais rica seja a melhoria de vida para todos, na prática, essa preocupação não ocupa, nem de longe, os primeiros lugares na escala de suas prioridades.

Então, não podemos culpar aos mais pobres por fazerem escolhas dentre aqueles que mais se preocupam com eles; mesmo que essa escolha traga consigo um rastro de destruição.
Para tornar o meu argumento mais compreensível, não é tão difícil entender que não precisamos escolher entre aqueles que têm o melhor discurso moral, mas mostram poucas preocupações sociais, e aqueles que querem derrubar todos os fundamentos éticos, e espirituais, mas que se sensibilizam com os que sofrem. É óbvio que a verdade reside entre esses dois extremos.

Lutar pelos mais necessitados não significa negar que há diferenças reais entre os indivíduos. Sempre haverá aqueles que, a despeito do meio em que cresceram, são mais motivados, mais capazes, mais inteligentes, mais ambiciosos, e como consequência, alcançarão melhores resultados. Por outro lado, ainda que eu defenda o direito inalienável do indivíduo perseguir os seus sonhos, e ser recompensado pelo seu esforço, é evidente que uma sociedade justa tem que tentar equilibrar as coisas, dando oportunidades iguais a todos.

Desculpem-me o desabafo, sou conservador, cristão, defendo todos os valores da Bíblia como “a verdade imutável de Deus compartilhada aos homens”. Mas, onde estão os cristãos verdadeiros que, a exemplo de Jesus, se preocupam com os mais pobres? Não é possível que ninguém tenha compreendido que, na escolha entre a cruz e a espada, escolher a cruz significa amar os inimigos, respeitar os diferentes e ter fome e sede de justiça.
Jesus veio para os doentes, para os rejeitados pela sociedade, para os pecadores, para aqueles dos quais o mundo se esqueceu. Por esses e por todos os demais, Jesus morreu naquela cruz.

Em que momento da história deixamos de ser protagonistas na transformação da sociedade e nos tornamos parecidos com todos os que, por não crerem em Deus, usam de todos os meios necessários para defenderem o seu espaço?
Afirmo que a defesa das muitas bandeiras sociais levantadas pela esquerda não estão equivocadas simplesmente porque são propostas pela esquerda. Preocupar-se com os mais pobres, defender os oprimidos, lutar pelos que enfrentam preconceito, favorecer àqueles que por séculos foram esquecidos, amar os que pensam diferentemente, libertar o homem em todas as dimensões de sua existência (física, psicológica, e espiritual) é o evangelho que Jesus pregou. Essas são as verdadeiras bandeiras do cristianismo. Elas não são comunistas, são cristãs. E portanto, devem ser nossas.

Gostei muito do discurso que o Bolsonaro fez recentemente no Jornal Nacional, quando tranquilizou ao povo do Nordeste, dizendo que, vencendo as eleições, não iria acabar com o Bolsa Família, e tampouco iria defender políticas misóginas ou preconceituosas.
Ele disse, ainda, que aprovaria a isenção de impostos para aqueles que ganham até cinco salários mínimos, e ao combater de maneira sistemática a corrupção, sobraria muito mais recursos para ampliar as políticas sociais no Nordeste.
Sinto sinceridade nas suas palavras. Acredito realmente que ele lutará com todas as suas forças para fazer do Brasil um país melhor. O que está em jogo hoje não é uma disputa entre Corinthians e Palmeiras, onde a paixão sempre fala mais alto do que a razão.

O que está em jogo é quem queremos que esteja à frente de nossa nação pelos próximos quatro anos; quem é que, tendo a chave do cofre da nossa casa, tem maior integridade para cuidar de tudo o que temos?
Peço a todos que veem o Jair Bolsonaro com preconceito pelas diferenças de posicionamentos ideológicos, e morais, que se lembrem que a alternativa a ele já provou ser desastrosa. Depois que o pleito acabar, teremos que arcar com as consequências das nossas escolhas.

Ainda que não concorde com tudo que ele defende…
Ainda que não concorde com todos os seus métodos…
Ainda que respeite e defenda o direito de vocês pensarem o mundo de maneira diferente a que eu penso, lhes peço que considerem a importância de termos um presidente que seja honesto, temente a Deus, que respeite os princípios milenares que construíram a civilização ocidental.

Por fim, eu os conclamo a exercerem o seu dever de cidadania, votando com muita consciência naquele que compreende a soberania do Brasil em relação às outras nações, e sobretudo, coloque Deus acima de todos.

501 Anos da Reforma Protestante
Que tempos são esses?

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